Nos últimos anos, o sistema operativo Windows 10 tornou-se uma presença familiar para milhões de utilizadores em todo o mundo. No entanto, a relação entre a Microsoft e o Windows 10 nem sempre foi tão tranquila como é atualmente. De facto, os primeiros cinco anos de vida deste sistema operativo foram marcados por desafios, atualizações problemáticas e críticas por parte dos utilizadores. Ainda assim, a forma como a Microsoft lidou com esses desafios acabou por moldar a relação dos utilizadores com o Windows 10 e, consequentemente, com a própria empresa.

Quando o Windows 10 foi lançado em 2015, a Microsoft tinha grandes ambições para este novo sistema operativo. Com a promessa de ser mais rápido, seguro e versátil do que as suas versões anteriores, o Windows 10 foi recebido com entusiasmo por muitos utilizadores. No entanto, as coisas não correram exatamente como planeado. Problemas de compatibilidade, atualizações falhadas e falta de estabilidade levaram a críticas por parte dos utilizadores, que se viram obrigados a lidar com problemas constantes no seu dia-a-dia.

Durante os primeiros cinco anos do Windows 10, a Microsoft foi criticada pela forma como lidava com as atualizações do sistema operativo. As atualizações obrigatórias e muitas vezes problemáticas levaram a situações em que os utilizadores viam os seus computadores a reiniciarem inesperadamente, a perderem dados importantes ou a terem problemas de compatibilidade com software e hardware. Estes problemas levaram a uma onda de críticas por parte dos utilizadores, que se sentiam frustrados com a falta de controlo sobre o seu próprio sistema operativo.

No entanto, com o lançamento do Windows 11, a Microsoft parece ter mudado de estratégia. Em vez de forçar atualizações problemáticas e disruptivas, a empresa optou por adotar uma postura de “benign neglect” em relação ao Windows 10. Em vez de forçar os utilizadores a migrarem para o novo sistema operativo, a Microsoft permitiu que estes continuassem a utilizar o Windows 10, oferecendo apenas atualizações de segurança e manutenção básica.

Esta abordagem parece ter sido bem recebida pelos utilizadores, que agora olham para o Windows 10 com uma certa nostalgia e apreço. Parte do afeto que os utilizadores têm pelo Windows 10 hoje é resultado deste período de “benign neglect” por parte da Microsoft. Ao permitir que os utilizadores continuassem a utilizar o Windows 10 sem pressão para atualizarem para o Windows 11, a Microsoft conquistou a confiança e a lealdade dos seus utilizadores, que agora se sentem mais confortáveis e seguros no seu ambiente de trabalho.

No entanto, é importante não esquecer os desafios e as críticas que marcaram os primeiros anos do Windows 10. Estes problemas foram uma parte importante do processo de aprendizagem da Microsoft e contribuíram para moldar a forma como a empresa lida com os seus sistemas operativos no futuro. A experiência do Windows 10 ensinou à Microsoft a importância de ouvir os seus utilizadores, de ser transparente nas suas ações e de respeitar a autonomia e a privacidade dos utilizadores.

À medida que olhamos para o futuro, é importante que a Microsoft continue a aprender com os erros do passado e a evoluir na forma como desenvolve e gere os seus sistemas operativos. A relação entre a empresa e os seus utilizadores é fundamental para o sucesso a longo prazo do Windows e para a reputação da própria empresa. Com um olhar atento para o passado e uma abordagem proativa para o futuro, a Microsoft poderá continuar a conquistar a confiança e a lealdade dos seus utilizadores, garantindo assim o seu lugar como uma das empresas mais influentes do mundo da tecnologia.

Referências:
– https://www.theverge.com/2022/2/1/22914565/microsoft-windows-10-11-support-benign-neglect
– https://www.zdnet.com/article/windows-10-five-years-of-failure/

Fonte: https://www.zdnet.com/article/happy-10th-birthday-windows-10-hoo-boy-its-been-a-journey/